segunda-feira, 7 de julho de 2014

Gráficos: Mensagem inicial para os jogadores de ontem, de hoje e de sempre!


Bem vindos ao meu novo Blog, amigos! Espero que esta e as futuras postagens possam vir a contribuir de alguma maneira na jornada gamística de vocês!

Mas, como não fiz este Blog para ficar postando jurumelas, vamos direto ao post de hoje!

Um ensaio sobre a importância dos gráficos de um jogo


Já faz algum tempo. Certa vez, fui até a casa de um amigo meu que é PC Gamer dos mais fanáticos, daquele que se orgulha em mostrar sua máquina meticulosamente montada para todos os possíveis curiosos e que não se envergonha em falar do investimento total no seu passaporte para o Nirvana. Pois bem, eis que, vendo o amigo procurando alguma coisa pra jogar na sua infindável coleção do Steam, decido apresentá-lo a alguns dos grandes clássicos da era 16 bits que povoaram a minha infância:




Três clássicos eternos. Quem os jogou irá me defender...

Pacientemente, com toda boa vontade que se pode esperar de um bom amigo, mostrei cada um dos jogos citados, tentando mostrar os pontos fortes de cada um, aquilo que fazia deles jogos geniais, ao menos para mim. Qual foi minha surpresa quando ouvi que os jogos não seriam jogados NUNCA, o argumento? "Mas Paulo, estes são joguetes datados do passado, não servem mais para mim!" Abaixo, a tela de cada um dos 3 jogos para a avaliação do leitor:




Ok, os jogos podem não ser tão visualmente incríveis quanto Batlefield 4 no "ultra" mas, vamos e convenhamos, a pixelart é de pota nestes daí, hein?


Eu falei de como aquela visão era prejudicial, da quantidade de grandes jogos que iria deixar de jogar por manter aquele preconceito, do número de experiências que iria abrir mão... Mas não adiantava contra argumentar, o homem estava irredutível e poucas coisas na vida são mais irritantes do que discutir com alguém lotado de certezas, não é mesmo? Resultado: perdi a argumentação. Fiquei triste: não sabia ao certo se minha retórica tinha me faltado naquele dia, ou se meus argumentos não se sustentavam ou, o que é pior, se a qualidade dos jogos era puramente sustentada por fatores nostálgicos. Tivesse eu jogado os jogos após a infância, será que teria uma percepção diferente sobre eles?

O tempo passou sem que eu conseguisse encontrar novos argumentos para aquela velha discussão que se perpetuava na minha cabeça: afinal de contas, qual o real papel dos gráficos em um jogo?

Faz pouco tempo que terminei a remasterização em HD de Okami no Playstation 3 (um jogo do final da geração do Playstation 2, já com mais de 8 anos). Jogo fantástico, falarei dele em outra oportunidade. A exposição prolongada a toda aquela beleza em Cel Shading me fez refletir novamente sobre o papel do aspecto visual de um jogo...




Quem nunca jogou, vale a pena conferir!





Jogar este jogo me fez perceber algo muito importante. Quando uma pessoa escreve uma poesia, as palavras são usadas para representar algo mais complexo: a beleza de algo ou mesmo sentimentos. A mesma coisa acontece, por exemplo, na pintura de um quadro surrealista: formas irreais são usadas para se englobar sentidos mais abstratos. O papel dos gráficos de um jogo é algo semelhante! Claro! Okami não seria melhor ou pior se seu estilo fosse mais realista, no lugar disso, ele usa suas formas cartunescas para representar coisas mais abstratas! O papel dos gráficos de um jogo é tão somente levar a imaginação do jogador pela mão em direção a algum sentido!

Sendo assim, um jogo não precisa ter gráficos realistas ou de ponta para ser bonito. Basta que seja visualmente harmônico (ie.: tenha boa direção de arte).

No entanto, esta não é uma conclusão tão óbvia quanto possa parecer para alguns. Atualmente, ela nunca esteve tão bem escondida! A competição tecnológica entre as plataformas sempre foi uma coisa que as empresas levaram muito a sério e um tema que marketing agressivo nunca deixou de explorar:




"Sega does what Nintendon't!"

Nas últimas gerações, esta temática de propaganda só tem se intensificado de maneira que, os gamers mais "hardcores" as quais estas plataformas foram destinadas, praticamente absorveu a informação de que "quanto melhor o gráfico, melhor o jogo!".




 "Porque não interessa o que o jogo tem, gráfico é tudo que importa e vai importar!" De que outra maneira as grandes empresas poderiam justificar a aceitação da substituição contínua de hardware? 

Agora, atenção. Não vim até aqui dizer que gráficos realistas e de ponta é algo ruim para os jogos. Não! O que estou tentando dizer é que, toda esta campanha em busca da supervalorização dos gráficos é nociva para todos nós: jogadores e indústria. Quantas empresas fecharam desde que os custos de produção cresceram exponencialmente? Quantos jogos tiveram seu público alvo trocado visando mais lucros? Quantas políticas absurdas e mercenárias foram implantas? Valeu a pena trocar tudo isso por mais polígonos? Gráficos de ponta é sempre um recurso excelente, mas não se esqueça que um jogo é bem mais do que apenas gráficos!


Final Fantasy XIII é um grande jogo, mas é triste lembrar de tudo que abriu mão em nome de um dos melhores gráficos de seu tempo.

Algo de valor que todo bom gamer deve compreender é que, a capacidade da humanidade de fazer jogos excelentes sempre existiu. Jogos excelentes são feitos hoje da mesma forma que eram feitos no passado, o que devemos nos perguntar é: vale mesmo a pena abandonar toda genialidade de antigamente por causa das limitações técnicas que esses projetos enfrentaram? A resposta deve ser fácil...

Este Blog é destinado, em grande parte, aos meus amigos (que os demais não se sintam excluídos, por favor, haha) que, na sua maioria, tiveram pouco ou nenhum contato com grandes obras do passado dos games. Espero que esses leitores, após esta postagem, estejam um pouco mais desarmados em relação a experimentar grandes obras e saber apreciá-las independente da sua época afinal, um clássico é sempre um clássico!

No próximo post, trarei sugestões de grandes obras ótimas para passar estas férias! Algumas delas (senão todas) serão meio antigas, então este já foi um preparatório do que está por vir! Até lá! 




Um comentário:

  1. Ótima publicação. Achei uma pura verdade a questão acima e concordo com a supervalorização dos gráficos, que recentemente tomam muito destaque. Muito bom. Aguardando novos posts o//

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